Conheça a História de Allan Barros: De uma rescisão de 25 mil reais a um faturamento anual de mais de 1 milhão de reais somente com marmita.
Eu sou Allan Barros, aos 34 anos, um empreendedor no mundo do delivery de marmitas, marido da Camila e pai do Heitor e da Maria Luíza. Minha jornada, iniciada em 2016, foi repleta de desafios e aprendizados. Olhando para trás, percebo como a abertura a conselhos e experiências alheias poderia ter acelerado meu crescimento. Mas, cada passo e cada escolha foram cruciais para onde estou hoje.
Neste artigo, convido você a conhecer minha trajetória: as lutas, os erros, e, claro, os sucessos.
Seja você um colega de profissão ou alguém aspirando a entrar neste mercado, espero que minha história possa oferecer aprendizados valiosos para o seu percurso.
A primeira Fase dessa jornada:
O Empreendedorismo e a Paternidade, Tudo Junto e Misturado
Em 2016, minha vida tomou um rumo inesperado. Trabalhando em uma empresa petrolífera, fui surpreendido pela demissão. Simultaneamente, recebi a notícia transformadora: eu seria pai.
Em 2016, minha vida tomou um rumo inesperado. Trabalhando em uma empresa petrolífera, fui surpreendido pela demissão.
Simultaneamente, recebi a notícia transformadora: eu seria pai.
O nascimento do meu filho, Heitor, coincidiu com o início de uma nova fase em minha vida – o empreendimento no segmento de alimentação.
Vindo de uma família com mais de 60 anos de tradição em restaurante, originária de Salinópolis, no Pará, cresci imerso nesse universo. A vontade de empreender sempre esteve presente, e com a rescisão em mãos, encontrei a coragem para dar o primeiro passo.
Entretanto, a responsabilidade da paternidade me deixou em uma encruzilhada: investir no sonho do delivery de marmita ou nas necessidades do meu filho?
Escolhi o caminho do empreendedorismo, calculando meticulosamente os recursos necessários para as primeiras necessidades de Heitor.
Com uma parte da rescisão, iniciei meu delivery em um pequeno ponto comercial, com apenas quatro mesas e uma cozinha modesta. Sem motoboy, era eu e minha mãe, enfrentando juntos esse desafio.
As manhãs eram dedicadas às compras e preparação dos pratos, enquanto as tardes se concentravam nos pedidos, anotados em papel, e nas entregas que eu fazia a pé e de bike, limitado a poucos quarteirões.
O cardápio inicial oferecia três opções diárias, incluindo uma marmita fit, acompanhada de um cupcake gratuito. Rapidamente percebi a necessidade de adaptar o negócio, focando em comida brasileira, além de manter a estratégia de brindes para atrair uma clientela diversificada. Essa fase foi marcada por um sentimento constante de incerteza e o temor da desistência, especialmente quando a rescisão se esgotou.
No entanto, havia elementos que me impediam de desistir, que reforçavam minha determinação em continuar.
O Sonho Americano: A História de Allan Barros – A Segunda Fase
Eu, Allan, sempre me caracterizei pela resiliência e determinação em perseguir meus sonhos. Apesar dos desafios, a ideia de desistir era inaceitável, especialmente diante daqueles que duvidavam de mim.
No entanto, o caminho para a vitória ainda era nebuloso. Precisava entender melhor o segmento de alimentação para transformar meu negócio.
Foi em uma viagem a Macaé, perto de Rio das Ostras, onde resido, que uma ideia me surgiu. Vi um restaurante oferecendo prato feito por 10 reais e pensei: “É isso! Essa deve ser a forma de prosperar neste ramo.” Mas, ao implementar essa estratégia, percebi meu equívoco.
Longe de lucrar, eu estava tendo prejuízos em alguns pratos. Meu erro foi não entender a dinâmica do delivery de marmita, um mercado diferente do restaurante de classe A da minha família.
Desânimo me atingiu fortemente nos dois primeiros anos. Diante da dificuldade de sustentar a família com o restaurante, decidi buscar especialização para retornar ao mercado petrolífero. Neste ínterim, surgiu a oportunidade de ir para os Estados Unidos, um plano que minha esposa Camila, com sua sabedoria, apoiou.
Em 2018, vivi seis meses nos EUA, trabalhando na construção de dia e como garçom à noite. Essa experiência, particularmente em um restaurante vegano e coreano, foi enriquecedora. Aprendi práticas valiosas sobre atendimento e delivery, o que me trouxe várias ideias para meu restaurante.
Durante minha estadia nos EUA, deixei o restaurante nas mãos confiáveis da minha mãe. Embora o lucro fosse mínimo, pedi que ela cuidasse de tudo até meu retorno, prometendo uma reviravolta.
Meu tempo nos Estados Unidos foi crucial, não só para aprimorar minhas habilidades e conhecimentos, mas também para fortalecer minha vontade de vencer.
Ao retornar ao Brasil, vim com energia renovada e pronto para transformar meu negócio, aplicando tudo o que aprendi. Esta parte da jornada foi um ponto de virada, onde minha perseverança começou a moldar o futuro do meu empreendimento.
O mundo Ifood
Ao retornar dos Estados Unidos, completei com sucesso a atualização dos meus cursos, retomando minha carreira na área petrolífera.
Paralelamente, dediquei-me a reformular o restaurante, investindo em equipamentos e marketing para impulsionar o negócio. Com a determinação renovada, estava convicto de que, dessa vez, as coisas funcionariam.
Apesar do progresso lento, mantivemos inicialmente o modelo de três opções diárias de marmita, com pedidos via WhatsApp. Contudo, a grande transformação começou com a inclusão do iFood como um parceiro estratégico.
Durante minha estadia nos EUA, eu resisti a aderir à plataforma, preocupado com as taxas e com o impacto no meu já limitado lucro. Porém, ao retornar, percebi a possibilidade de incorporar essas taxas no preço final do produto na plataforma.
Inicialmente cético, me inscrevi no iFood, sem grandes expectativas. Contrariando minhas previsões, o primeiro dia no iFood trouxe cinco pedidos, desafiando nossa capacidade operacional, já que não tinha contratado um motoboy adicional.
Essa demanda inesperada foi um sinal claro de que o negócio estava prestes a crescer. No dia seguinte, já contávamos com um motoboy extra, e o crescimento se tornou progressivo.
No entanto, mesmo diante desse avanço promissor, enfrentei um novo período de dúvidas e pensamentos de desistência.
A Encruzilhada de Allan Barros
Na incessante busca pelo crescimento, nosso restaurante alcançou um faturamento diário entre R$800 e R$1.000, combinando vendas pelo WhatsApp, iFood e presenciais. A equipe expandiu gradualmente: agora contávamos com duas pessoas na cozinha, dois motoboys e um atendente.
No entanto, me vi diante de um obstáculo significativo: a falta de habilidade em liderança. Minha experiência em uma plataforma petrolífera não me preparou para esse desafio, e a Camila, minha esposa, embora ajudasse nas compras semanais, tinha seu próprio trabalho e não estava diretamente envolvida no restaurante.
Em 2019, um ano após retornar dos EUA, começamos a ver o restaurante progredir de fato. No entanto, a dificuldade em gerir e liderar a equipe, somada ao estresse, me levaram a considerar a desistência. Paralelamente, enfrentamos o término do nosso contrato de locação, com a proprietária do imóvel solicitando a devolução do ponto comercial.
Esse pedido veio como um golpe final para mim. Exausto e sentindo-me incapaz de liderar, propus à Camila vender os equipamentos, pagar as dívidas e seguir em frente com nossas carreiras separadas.
Para minha surpresa, Camila reagiu de forma contrária. Ela não aceitava a ideia de desistir agora que o negócio finalmente estava dando certo.
Diante da sua determinação, propus uma condição: para continuarmos, ela deveria deixar seu emprego e assumir a gestão do restaurante.
A decisão agora estava em suas mãos.
A Força e a Determinação de Camila: O Ponto de Virada no Restaurante
Camila, diante da decisão de deixar seu emprego para assumir o restaurante, encontrou-se em um dilema. Enquanto eu, Allan, estava embarcado, ela me ligou duas vezes, emocionada, revelando suas dúvidas e o medo de se aventurar em um negócio incerto.
No fundo, ela buscava minha aprovação para permanecer em seu trabalho e fechar o restaurante.
Contudo, em vez de consentir, eu ouvi suas preocupações em silêncio, confiante e orando por um desfecho positivo.
Dias depois, estávamos no novo local, com o restaurante pronto para uma nova fase. Logo após a reforma, tive que retornar à plataforma, deixando Camila para gerir o restaurante sozinha.
A reinauguração aconteceu às vésperas do carnaval, um período de grande expectativa. Camila, agora no comando, enfrentou desafios não de vendas, mas de gestão operacional devido ao grande fluxo de clientes.
Nos primeiros dias, a demanda foi tão alta que a comida esgotou, levando-a a um momento de desespero. Em lágrimas, ela se perguntava sobre sua capacidade de liderar esse desafio. Mas, com resiliência, enxugou as lágrimas e continuou.
Camila tornou-se a heroína desta história, uma fusão de sentimentos e habilidades de liderança, essenciais para a continuidade do negócio.
Porém, quando a pandemia atingiu em março, a preocupação e a frustração voltaram. Tínhamos investido mais de 25 mil reais em um novo ponto comercial, incluindo um empréstimo bancário significativo. O medo de perder tudo era iminente, mas mantivemos a fé. Acreditávamos que não havíamos chegado tão longe para falhar agora. Era a fé em um propósito maior que nos impulsionava.
Graças à força e determinação de Camila, superamos os momentos mais difíceis. Ela foi a peça-chave, a guerreira que não permitiu que desistíssemos.
Seu papel foi crucial no crescimento do nosso negócio, um crescimento que ultrapassou todas as nossas expectativas.
Crescimento e Transformação
Durante a pandemia, um período desafiador para todos, nosso restaurante conseguiu não apenas sobreviver, mas prosperar. Através de estratégias de marketing digital, posicionamento online e foco em delivery, conquistamos uma fatia significativa do mercado.
Ao final da pandemia, nosso faturamento quadruplicou em comparação ao início.
Atualmente, o delivery representa 60% do nosso faturamento, enquanto o atendimento presencial corresponde aos 40% restantes.
Nossa família também prosperou: Heitor e Maria Luíza têm uma ótima qualidade de vida. Heitor, nosso filho especial com autismo, é cuidado com amor e atenção, recebendo as terapias necessárias.
A habilidade de Camila em liderar o operacional do restaurante e a minha capacidade em gerenciar as tarefas burocráticas, como departamento pessoal, contabilidade e marketing, nos permitiram crescer sem misturar negócios com relacionamento. Nossas duas lojas no iFood, junto com as vendas diretas e a publicidade online, fizeram do nosso restaurante um dos mais conhecidos da cidade. Com um faturamento diário significativo.
O caminho do empreendedorismo não é uma linha reta, mas uma curva de crescimento e aprendizado. Os desafios são parte integral dessa jornada, e é preciso estar preparado para os altos e baixos. Espero que nossa história inspire outros a se aventurarem no segmento de delivery de marmita, um caminho que nos levou a sonhar com um restaurante maior.
Em 2024, nossos planos incluem expandir para um local maior, melhorando a experiência do cliente, e aumentar nossa presença no iFood. Nosso foco não está nas taxas pagas ao ifood, mas no lucro gerado por estas parcerias. Como costumo dizer, não foque apenas nas perdas, mas sim nos ganhos.
Se nossa história inspirou você, não deixe de nos seguir nas redes sociais e conhecer a comunidade Delivery de Marmita, criada para ajudar aqueles que desejam transformar este segmento em sua principal fonte de renda. Sem que precisem trabalhar para outras pessoas novamente.